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Foto do escritorMariana Rattes

A Leitura da Aura em Mim

Atualizado: 23 de dez. de 2019

"As setas do meu caminho apontam na direção que meu coração compreende, mas minha mente protetora questiona e desconfia. Um desafio ao ceticismo, uma abertura para o que simplesmente é."



A Leitura de Aura apareceu na minha vida de forma inesperada. Eu não a estava buscando (pelo menos não conscientemente), mas ela chegou, me convidando a superar meus preconceitos, ceticismos e defesas, me alinhando com quem eu sou de verdade e abrindo uma porta de realização, abundância e conexão que eu jamais pensei que pudesse acessar de forma tão simples.


Depois de me despedir de uma trajetória longa de formação em Teatro e atuação como atriz e de sentir que minhas necessidades mais vitais me levavam para outros caminhos, parti em busca de concretude, de construir um caminho mais estruturado no mundo prático e material. Troquei os palcos e as salas de ensaio por um trabalho no setor financeiro na empresa de paisagismo da minha mãe e me desliguei de um trabalho espiritual pautado na devoção e na fé cega para me conectar com um caminho mais palpável de autoconhecimento e de estudo da formação da personalidade.


Em outras palavras, troquei a atriz pela auxiliar administrativa, saí de um Ashram na Chapada dos Veadeiros para o mundo terapêutico da Gestalt, me casei, encontrei uma casa para chamar de minha, abri um restaurante e decidi que minha prioridade seria construir um chão concreto, palpável e “seguro”. Na minha cabeça binária e limitada, pensava que teria que escolher uma coisa em detrimento da outra. Comecei, de fato, a me sentir mais segura e estruturada. No entanto, estava faltando algo. Era como se o caminho planejado tivesse dado certo, me vi crescer em vários aspectos, mas algo da minha essência não tinha espaço naquela vida tão concreta.


Sem saber por onde seguir na prática e como me conectar com uma parte minha que ali, naquela vida nova e estruturada, não tinha espaço, fui seguindo no automático e mantendo o foco inicial. Eu sabia que meu chamado interno não me levava de volta ao teatro, pelo menos não naquele momento. Eu estava fazendo uma formação em Gestalt Terapia, dentro da abordagem integrativa e vivencial de Claudio Naranjo e intuía que queria seguir o caminho terapêutico por ali, mas ainda faltava um tempo relativamente longo para concluir a formação e aquele era apenas um projeto futuro. O caminho de autoconhecimento e trabalho terapêutico me chamavam, mas nada parecia ser muito possível naquele exato momento, havia apenas promessas internas vagas.


Até que, um dia, uma amiga, Maucha Land, dona de um belo espaço terapêutico com o qual eu estava conectada, chamado Luz Fundamental, me falou da Leitura de Aura, me incentivou e me deu parte do curso de presente. Confesso que não estava muito interessada inicialmente. “Leitura de Aura” me parecia algo muito etéreo e muito fora da realidade concreta para o momento que eu estava vivendo. Mas como Maucha insistiu, resolvi aceitar o convite, pensando que seria apenas um mergulho de autoconhecimento, nada mais.


Assim, de forma despretensiosa e até mesmo um pouco “blasé”, cheguei no primeiro dia de curso. Como eu nunca tinha recebido uma Leitura de Aura, uma das pessoas que estava apoiando a Amélia, professora do curso, veio me ler. Ela começou a falar e no mesmo instante eu comecei a chorar. Parecia que ela estava fazendo um RAIO X interno meu, cenas da minha infância, descrição de estados emocionais, de sentimentos, de dinâmicas que eu experimentava, tudo, o meu mundo interno completamente traduzido ali por uma pessoa que nunca tinha me visto na vida. Cada palavra ecoava tão profundamente que eu só chorava e pensava que eu tinha nascido para fazer aquilo também. Senti como um grande alinhamento com algo muito profundo e muito essencial do meu ser.


Passado esse primeiro baque e processo de abertura e conexão, vivi momentos intensos durante o curso, voltei a desconfiar, questionar se aquilo era para mim, se era real. Tive certa facilidade em aprender a técnica e começar a ler, mas demorei muito a acreditar e confiar naquilo que estava fazendo. Minha professora, Amélia Clark, me estimulou a fazer todo o treinamento com o argumento de que realizá-lo me ajudaria a vencer as armadilhas do meu ego sabotador. Entrei por essa fresta, fiz meu treinamento muito rápido, fui sentindo confiança, fui vendo o efeito positivo que os atendimentos tinham em mim e nas pessoas que eu atendia, portas foram se abrindo e, quando vi, tinha virado Terapeuta de Leitura de Aura.


A partir daí, minha vida se redirecionou completamente para um caminho que fazia muito mais sentido para mim. O vago plano futuro de me tornar terapeuta foi tomando forma de maneira muito orgânica e efetiva. Obviamente, foi necessário, e ainda é, seguir a formação, buscar supervisão, aprimorar o canal de neutralidade e conexão, mas tudo aconteceu e tem acontecido de forma muito natural e orgânica.


Hoje, depois de ter atendido mais de 500 pessoas e de ter me firmado como Leitora de Aura, tenho toda uma explicação formal que dou aos interessados em fazer um atendimento comigo: a de que a Leitura de Aura é uma ferramenta de autoconhecimento que foi canalizada por um americano chamado Lewis Bostwick, na Califórnia, nos anos 60 e que tem como objetivo auxiliar no processo de evolução da humanidade. Falo isso, dou uma rebuscada no vocabulário para tentar explicar o que ela é, mas, na verdade, o que a Leitura de Aura é para mim é um grande mistério.


Ela é um convite à essência, à entrega, ao amor, à sutileza do olhar mais profundo que busca o que nunca apaga, quando tudo que aparenta ser passa ou cessa. A Leitura de Aura me ensinou a confiar naquilo que eu não vejo e não explico com os meus olhos racionais e intelectuais. Ela desafia a mente binária, desmente os mandamentos de um mundo lógico na aparência e na forma, mas vazio no sentido. Ela simplesmente É!


Venho trabalhando com a Leitura de Aura e sendo trabalhada através dela há quatro anos. E, nesse tempo, tenho aprendido a silenciar os julgamentos, neutralizar os medos, me desidentificar do orgulho, amolecer as defesas para sentir o coração, a fragilidade e a pureza que existem em mim e no outro. Dizem que ela é um presente dos anjos. E parte da minha razão acha isso muito vago e etéreo, mas o meu coração e a minha experiência com os atendimentos me dizem que é isso mesmo o que ela é. Um presente, um convite constante à fé na Força Maior, no Grande Mistério, em mim, no outro, na espiritualidade e na beleza da chama da vida.


Desde que me tornei Terapeuta de Leitura de Aura, tive muitas oportunidades de me conhecer e me acessar através de novas perspectivas. Sinto que cresci muito e, por isso, sigo confiando na ferramenta e no que ela tem conseguindo acionar dentro de mim e nas pessoas. Durante a Leitura, sinto meu ego mais quietinho, me aceito mais humana, mais real, mais compassiva, mais compreensiva, mais empática, mais potente, mais verdadeira do que o usual. E, por isso, tenho me sentido mais perto de Deus.


Como diz a minha mãe, citando alguém que eu não lembro o nome: “A gente é para o que nasceu.” Agradeço a Leitura de Aura, a todos que possibilitaram que ela chegasse até a minha vida e a todos que se disponibilizaram a serem atendidos por mim. Com ela me reconheço mais profundamente e sinto que sou para o que nasci.

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